Batizado de “Agosto Dourado”, neste mês realiza-se campanha pelo Aleitamento Materno, conforme instituído pela Lei nº 13.435/2.017, que determina que, no decorrer do mês de agosto, devem ser intensificadas ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno pelo governo federal, tais como:
- realização de palestras e eventos;
- divulgação nas diversas mídias;
- reuniões com a comunidade;
- ações de divulgação em espaços públicos;
- iluminação ou decoração de espaços com a cor dourada.
Na Unidade Básica de Saúde Edinete Lucena, no município Brejo do Cruz (PB), o médico tutor Vinícius Godeiro, no Programa Médicos pelo Brasil (PMpB) há três meses, criou, em parceria com as enfermeiras da UBS, uma série de iniciativas para incentivo à amamentação neste mês. Como o “cantinho da amamentação”, que disponibilizou mesa de café da manhã à base de alimentos saudáveis para ofertar às gestantes e lactantes usuárias da Unidade. Além disso, foram realizadas várias palestras com diferentes profissionais da saúde sobre alimentação correta, como facilitar a “pega” do bebê recém-nascido, os benefícios da amamentação para os dentes, evitando o uso da chupeta. Godeiro tem cerca de 50 pacientes entre gestantes e lactantes. Segundo o tutor, as principais dúvidas delas são relacionadas à “pega”. Durante a consulta, o médico também explica às futuras mamães a importância da amamentação exclusiva até os seis meses para:
- aumentar a imunidade do bebê;
- reforçar o elo entre o bebê e mãe, o que incentiva o desenvolvimento neurológico da criança, e consequentemente uma boa cognição;
- reduzir refluxos e outros problemas gástricos no bebê;
- reduzir custos ao não precisar comprar leite materno
O médico afirma que é comum receber na UBS gestantes e lactantes com anemia, desnutrição, infecções de urina. Como em diversos locais país afora, Godeiro esbarra com dificuldades ocasionadas por problemas socioeconômicos da região e a precariedade dos vínculos empregatícios: 90% das mamães que atende são trabalhadoras informais e, portanto, não têm direito à licença maternidade, o que dificulta a amamentação exclusiva do bebê até os 6 meses, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Outra dificuldade enfrentada pelo médico devido à cultura local é evitar que as mães optem por dar leite de vaca a seus bebês recém-nascidos. Godeiro já realizou até vaquinha entre os profissionais de saúde da UBS para comprarem leite em pó específico para um bebê que tinha alergia ao leite ofertado pelo Sistema Único de Saúde, para evitar que a mãe desse leite de vaca ao filho.
Com uma cobertura de 12 mil habitantes, a UBS Edinete Lucena realizou 600 atendimentos no último mês.
A história da Semana Mundial de Aleitamento Materno teve início em 1990, num encontro da Organização Mundial de Saúde com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), momento em que foi gerado um documento conhecido como “Declaração de Innocenti”. Para cumprir os compromissos assumidos pelos países após a assinatura deste documento, em 1991 foi fundada a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA, sigla em inglês). Em 1992, a WABA criou a Semana Mundial de Aleitamento Materno e, todos os anos, define um tema a ser explorado e lança materiais que são traduzidos em 14 idiomas com a participação de cerca de 120 países.
Com o slogan “Possibilitando a amamentação: fazendo a diferença para mães e pais que trabalham” (Enabling breastfeeding: Making a difference for working parentes, no original), a Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno (WABA, em inglês) divulgou o tema e metas da Semana Mundial de Aleitamento Materno 2023. Com o slogan “Possibilitando a amamentação: fazendo a diferença para mães e pais que trabalham” (Enabling breastfeeding: Making a difference for working parentes, no original), a Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno (WABA, em inglês) divulgou o tema e metas da Semana Mundial de Aleitamento Materno 2023.
Entre os objetivos listados para a #WBW2023 estão: informar as pessoas sobre as perspectivas dos pais trabalhadores com relação à amamentação e paternidade; fundamentar a licença remunerada e o suporte no local de trabalho com como ferramentas importantes para facilitar a amamentação; envolver as pessoas e organizações para melhorar a colaboração e o apoio à amamentação no trabalho; e conscientizar sobre ações de melhoria das condições de trabalho e apoio relevante ao aleitamento materno.
