17º Congresso de Medicina de Família e Comunidade: mais de 100 médicos do PMpB foram atendidos presencialmente pela Agência no 1º dia do encontro

20/09/2023

Conhecer de perto, presencialmente, os rostos de nossos médicos, estabelecer um vínculo olho-no-olho, cara-a-cara com os nossos profissionais, bater aquele papo tete-a-tete, tirar todas as dúvidas em tempo real… Foi o cenário desta quarta-feira (20), primeiro dia do 17º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, no estande da Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária (Adaps), em processo de transição para Agência Brasileira de Apoio ao SUS (AgSUS). Para os médicos do Programa Médicos pelo Brasil (PMpB) que passaram por lá, a instituição que os contrata deixou de ser apenas um nome institucional e virou gente de carne e osso.

Mais de 100 médicos foram atendidos pela equipe de atendimento da Agência, além de outros tantos que passaram pelo estande apenas para conhecer o espaço.
Entre os visitantes do espaço da Agência, esteve o médico bolsista Thiago Carvalho, que atende no município de Casinhas (PE). Além dele, seu irmão e sua esposa também são bolsistas do Programa. “O PMpB me deu a oportunidade de voltar para minha terra natal, onde está minha família, depois de passar anos morando em Olinda, onde fiz faculdade, especialização em Medicina de Família e Comunidade, e leciono como professor”, contou. O médico foi ao estande do PMpB para conhecer de perto a equipe que trabalha em Brasília na gestão do Programa.

Navegando pelo totem com informações sobre a Agência, ele elogiou o painel de dados do Programa. “Muito interessante a gente visualizar o alcance da alocação dos médicos”, disse. Thiago também se surpreendeu com o índice de médicos que se declararam satisfeitos com o PMpB na Pesquisa de Satisfação apresentada na tela – eles deram nota 8,3 ao Programa, numa escala de 0 a 10, numa média ponderada. “Me surpreendi não porque eu esteja insatisfeito, mas porque a gente não tem noção sobre como os colegas estão. E a gente sabe que a Agência passou por algumas dificuldades no início, logo que foi criada. Mas eu particularmente estou muito satisfeito. Desde o começo vi no Programa Médicos pelo Brasil uma oportunidade de ter um plano de carreira, com vantagens progressivas quanto mais tempo permanecer no programa, e de ganhar auxílio financeiro por estar em área remota. A minha ideia e da minha esposa é realmente nos fixarmos neste município de Casinhas, onde estamos, ter uma integração total com o território. Estamos inclusive construindo um sítio. Gosto muito de ser um vínculo com Agência, então não ficamos à mercê da política como quando somos contratados diretamente pelo município”, relata ele. Antes de passar no concurso para o PMpB, Thiago passou pelo Mais Médicos, no município de Igarassu (PE), também já atendeu na assistência privada. Por fim, Thiago também elogiou o estreitamento do contato entre a Associação do Programa Médicos pelo Brasil (AMpB) e a Agência. “Melhorou bastante a comunicação com os médicos através da Associação. Além disso, sentimos a melhora da agência no atendimento às nossas solicitações de férias, conseguiram zerar as pendências”, aplaudiu.

O médico Bruno Salvador, que atua há quase um ano no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Litoral Sul, no Paraná, esteve no estande do PMpB para conversar sobre Saúde Indígena. Ao longo dos seus 7 anos de carreira, ele nunca havia atendido esta população até entrar para o PMpB. “E eu queria muito ter esta experiência diferente, e o Programa me deu esta oportunidade. E estou gostando muito, é um desafio. A cultura a forma de pensar, são bem diferentes. Precisa ter muito cuidado como a gente fala as coisas, porque eles entendem muito ao pé da letra o que a gente fala. Por exemplo, não dá para recomendar um remédio de 8 em 8 horas, ou falar o horário do relógio para tomar o remédio, porque eles não contam o tempo por horas, não usam relógio, então preciso falar ´ao escurecer´ ou ´ao amanhecer´, ou ´de noite´, ´no meio do dia´. Outra coisa que acontece às vezes é de mães levarem filhos doentes para serem atendidos, eu receitar um remédio e elas entenderem que é para elas tomarem, em vez de dar ao filho. Só na consulta seguinte me relatam que estava tomando e eu esclareço. Acabo chamando algum indígena da comunidade que trabalha na equipe para me ajudar a traduzir, não porque não falem ou entendam português, mas há diferenças de interpretação. Também me esforço para falar algumas palavras no idioma deles. Logo que cheguei pesquisei no idioma deles como se falava as partes do corpo. Colei um bonequinho na parede do consultório e em cada parte do corpo coloquei uma setinha designando o nome na língua deles para que pudesse me familiarizar”, relatou. Bruno disse sentir falta de ter um módulo específico para Saúde Indígena do curso de Medicina de Família e Comunidade que faz na UNA-SUS. “Fui totalmente inocente para a área. Estou aprendendo na marra.”

A médica tutora Camila Nobre, que presta tutoria para 10 bolsistas, foi ao estande tomar um café expresso e conhecer o espaço do PMpB. Ela entrou em maio deste ano numa UBS em Itaitinga (CE) por meio do Programa. Camila é de Fortaleza (CE), mas fez faculdade e a residência médica em Tocantins. “Achei interessante ter a uma equipe de atendimento aos médicos disponível aqui”, disse.

Nesta quinta-feira (21), segundo dia de Congresso, representantes da Agência vão participar de dois painéis:

13h00 às 15h00📍 Sala 6 – A instituição da AgSUS e os desafios dos programas de provimento
Diretor-Administrativo da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Fabiano Guimarães
Diretor-técnico interino da Adaps/AgSUS, André Longo
Gerente de Formação, Ensino e Pesquisa da Adaps/AgSUS, Jersey Timoteo
Gerente da Unidade da Força de Trabalho, Manuela Paz
Diretor de Programa da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Felipe Proenço

17h30 às 19h00📍 Auditório Principal – Fixação e vínculo empregatício na MFC
Coordenação : Livia Caliço. Paulo Fontão, (SBMFC)
Participantes:
Presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, em Portugal, Luís Pisco
Diretor de Programa da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Felipe Proenço
Diretora-Administrativa interina da Adaps/AgSUS Aliadne Sousa (AgSUS)