Perguntas e Respostas – Programa AgSUS Acolhedora

O que é o Programa AgSUS Acolhedora?

É uma iniciativa da AgSUS que busca promover a saúde mental e o bem-viver indígena aos(às) trabalhadores(às) vinculados à Agência.

Tem como principais diretrizes:

I – Promoção da saúde mental no ambiente laboral;

II – Reconhecimento e promoção do bem viver indígena; 

III – Oferta de acolhimento institucional; e

IV – Interação e conformidade com as políticas e programas de saúde mental desenvolvidas pelo Ministério da Saúde.

O Programa AgSUS Acolhedora é composto pelos seguintes eixos:

I- acolhimento em saúde mental;

II- atenção psicossocial intercultural indígena;

III- fomento a práticas éticas e acolhedoras;

IV – promoção de saúde, bem-estar e qualidade de vida no trabalho. 

Qual objetivo deste Programa?

O Programa tem o objetivo de ofertar aos seus(suas) trabalhadores(as), onde quer que estejam atuando, a possibilidade de atuarem profissionalmente em ambientes mais saudáveis, com apoio psicossocial e valorização profissional, para que tenham saúde física e mental.

Quem pode participar do Programa?

 Todos os(as) trabalhadores(as) vinculados à AgSUS, respeitando a diversidade sociocultural dos territórios onde atuam:

• Empregados e empregadas da sede e dos escritórios regionais/distritais ativos;
• Trabalhadores(as) da saúde indígena (indígenas e não indígenas) ativos;
• Todos os médicos do programa de provimento e bolsistas que integram a equipe da AgSUS.

• O(a) trabalhador(a) que estiver afastado(a) pelo INSS também poderá acessar ao serviço de acolhimento profissional no âmbito da AgSUS Acolhedora.

• O(a) trabalhador(a) que for desligado da Agência não terá mais acesso ao serviço de acolhimento profissional no âmbito da AgSUS Acolhedora.

Por que o Programa foi criado?

O Programa AgSUS Acolhedora foi criado para fortalecer a atenção à saúde mental dos(as) trabalhadores(as) da Agência e promover o Bem Viver Indígena como referência ética e organizacional, reconhecendo que a saúde mental no trabalho é um direito, uma responsabilidade institucional e um fator estratégico para a qualidade e sustentabilidade das ações da AgSUS. A iniciativa reflete o compromisso da Agência com uma cultura de escuta ética, valorização da diversidade cultural e cuidado integral, estruturando respostas sensíveis, seguras e respeitosas às diferentes realidades de trabalho vivenciadas por suas equipes.

Como faço para ser acolhido em minhas demandas relacionadas à saúde mental?

Passo 1 —Manifeste seu interesse por um dos canais abaixo

Passo 2 — Contato inicial com a equipe
Ao entrar em contato, você será direcionado(a) à equipe do Núcleo de Acolhimento Bem-te-vi, composta por profissionais indígenas e não indígenas com experiência em saúde mental. O retorno da equipe ocorrerá em até 24 horas de segunda a sexta-feira.

Passo 3 — Preencha o formulário
Caso você tenha solicitado o acolhimento via e-mail ou WhatsApp, será solicitado pela equipe o preenchimento do formulário (eletrônico). As informações coletadas ajudam a entender sua demanda e o contexto laboral em que vive, e orientam o encaminhamento mais adequado no âmbito do Núcleo.

Passo 4 – Disponibilidade de profissionais para o Acolhimento

A equipe é formada por psicólogas indígenas e não indígenas, sendo que as psicólogas indígenas não acolhem exclusivamente os(as) trabalhadores(as) indígenas. Todas as profissionais são qualificadas para acolher qualquer trabalhador(a) da Agência, independentemente de gênero, raça ou etnia.

Passo 5 — Escolha a data e o canal do acolhimento (remota)
O(a) trabalhador(a) escolhe a forma de acolhimento, assim como a data e o horário que considerar mais confortáveis e seguros. Os canais disponíveis atualmente são:

  • Chamada de vídeo (Google Meet)
  • Chamada de áudio
  • Chamada de vídeo pelo WhatsApp

Passo 6 — Envio do Card com orientações sobre Conectividade e Sigilo e Termo de Consentimento
A equipe enviará um card com orientações sobre conectividade e sigilo das informações. Para a realização do acolhimento, será necessário assinar o Termo de Consentimento, elaborado e encaminhado pela própria equipe do Núcleo, sendo um procedimento essencial e indispensável.

Passo 7 — Acolhimento
Após a conclusão dos passos acima, a psicóloga designada para o seu acolhimento entrará em contato no dia e horário que foi agendado, utilizando a modalidade escolhida pelo(a) trabalhador(a).

Observações importantes

· Após a solicitação, nossa equipe entrará em contato com você em até 24 horas (de segunda a sexta-feira) para dar continuidade ao processo.

· Fique tranquilo(a): todas as informações compartilhadas são protegidas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e pelas diretrizes do Conselho Federal de Psicologia, garantindo o respeito à sua privacidade e a um acolhimento ético, humanizado e individualizado.

O acolhimento psicológico, realizado pelo Núcleo de Acolhimento Bem-te-vi, é obrigatório para todos os trabalhadores da Agência?

Não. O acolhimento psicológico oferecido pela AgSUS é uma ação voluntária, disponível para todos os(as) trabalhadores(as) vinculados à Agência. A participação é totalmente opcional, autônoma, de interesse, e necessidade de cada pessoa. 7. Onde e como serão feitos os acolhimentos psicológicos, realizados pelo Núcleo de Acolhimento Bem-te-vi?

  • Demanda programada (com envio do formulário previamente ao acolhimento)

Ocorre quando o acolhimento é solicitado pelo(a) trabalhador(a) por meio dos canais disponibilizados no item “5. Como faço para ser acolhido em minhas demandas relacionadas à saúde mental?”.

  • Demanda Espontânea (sem envio do formulário previamente ao acolhimento)

No momento, essa modalidade ainda não está disponível. No entanto, em situações específicas, como dificuldade para enviar o formulário ou falta de acesso à internet, a equipe do Núcleo conta com um fluxo emergencial que garante o acolhimento e o acesso rápido à escuta inicial.

  • Encaminhamento do(a) trabalhador(a)

Ocorre quando o(a) trabalhador(a) é encaminhado(a) ao Núcleo de Acolhimento Bem-te-vi pelos Escritórios Regionais, Coordenações, Unidades ou Diretorias da Agência. As informações trocadas entre os(as) trabalhadores(as) e a equipe do Núcleo não são, em nenhuma hipótese, repassadas aos(às) gestores(as), Coordenadores(as) Distritais, Municipais e Diretores(as). Além disso, os acolhimentos não interferem em processos de tomada de decisão (desligamento, remanejamento, entre outros).

Quantos acolhimentos o trabalhador da AgSUS pode fazer?

Todos os(as) trabalhadores(as) que desejarem terão a possibilidade de serem acolhidos pelo Núcleo Bem-te-vi, que estará disponível para acompanhar as demandas. Este contato com a equipe do Núcleo poderá acontecer em até três momentos diferentes, possibilitando o melhor encaminhamento para cada demanda identificada.

O Programa substitui acompanhamento clínico ou terapia?

Não. O Programa AgSUS Acolhedora oferece uma escuta qualificada e institucional, voltada ao contexto laboral e centrada na ética, no cuidado e na compreensão das experiências de sofrimento no trabalho. Essa escuta, realizada pelo Núcleo de Acolhimento Bem-te-vi, não se confunde com psicoterapia ou atendimento clínico individual. Trata-se de um espaço pontual de acolhimento, que visa orientar, apoiar e, quando necessário, encaminhar o(a) trabalhador(a) para serviços especializados da rede externa e interna. O foco é garantir que nenhuma demanda relacionada à saúde mental no trabalho fique sem escuta ou suporte adequado dentro da instituição.

E se eu já estiver em tratamento psicológico?

Sem problemas! O Núcleo Bem-te-vi oferece acolhimento pontual, e não psicoterapia. Isso significa que você pode continuar seu processo terapêutico normalmente e, ao mesmo tempo, contar com o apoio da nossa equipe — formada por profissionais qualificados, incluindo psicólogos indígenas e não indígenas — para lidar com questões relacionadas ao sofrimento no trabalho. Trata-se de um suporte complementar ao acompanhamento psicológico que você já realiza.

O acolhimento  é sigiloso?

Sim. Todo acolhimento é realizado com total sigilo, conforme os princípios éticos da Psicologia e da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Nenhuma informação será compartilhada sem o consentimento da pessoa acolhida.

A chefia será informada que estou participando dos acolhimentos feitos pelo Núcleo?

Não. A participação é confidencial.

Posso sofrer retaliação por solicitar esse acolhimento?

Não. A participação no Programa AgSUS Acolhedora é um direito institucionalmente protegido e não pode, sob nenhuma hipótese, motivar retaliações, discriminações ou prejuízos à trajetória profissional do(a) trabalhador(a). A iniciativa foi criada para promover ambientes de trabalho mais saudáveis, seguros e respeitosos, alinhando-se a diretrizes nacionais e internacionais de direitos humanos, saúde do trabalhador e equidade nas relações laborais. A Agência reafirma seu compromisso com a confidencialidade, a ética institucional e a valorização de uma cultura organizacional pautada no respeito à diversidade e à integridade de seus profissionais.

A participação pode afetar minha carreira na AgSUS?

Não. A participação no Programa AgSUS Acolhedora é totalmente confidencial e não impacta, sob nenhuma forma, a avaliação profissional ou a trajetória funcional do(a) trabalhador(a). A iniciativa foi instituída para fortalecer o cuidado em saúde mental no ambiente de trabalho como um compromisso ético e estratégico da Agência, reconhecendo que profissionais saudáveis são essenciais para a excelência dos serviços da Agência. O acolhimento não possui caráter avaliativo ou disciplinar, sendo uma ação de apoio institucional voltada exclusivamente à promoção da saúde mental no trabalho e ao enfrentamento de situações de sofrimento psíquico relacionadas ao cotidiano do trabalho.

O Programa respeita as culturas e saberes indígenas?

Sim. O Programa AgSUS Acolhedora tem como um de seus princípios estruturantes o respeito à diversidade étnico-cultural dos trabalhadores, reconhecendo os saberes indígenas como fundamentos legítimos e imprescindíveis no cuidado em saúde mental no trabalho. O diálogo intercultural é assegurado por meio de abordagens que valorizam as concepções do Bem Viver Indígena, articulando escuta sensível, práticas coletivas e marcos de direitos diferenciados. Todas as ações do Programa são orientadas por esse compromisso ético-político, respeitando as cosmovisões, os territórios e os modos próprios de viver e cuidar expressos pelas populações indígenas vinculadas à Agência.

Os trabalhadores indígenas terão acolhimento diferenciado?

Sim. O acolhimento voltado aos trabalhadores indígenas será orientado por um protocolo intercultural, construído com base em uma abordagem dialógica, participativa e fundamentada nas diretrizes nacionais de saúde mental, bem como nos marcos de direitos dos povos indígenas. Isso significa que o cuidado psicossocial será ofertado de forma culturalmente sensível, respeitando os modos próprios de expressão do sofrimento, de organização social e de produção de cuidado. O Programa reconhece que a equidade requer respostas diferenciadas para realidades diversas, assegurando que os saberes tradicionais orientem o processo de acolhimento e que o Bem Viver seja uma referência concreta na escuta e no suporte oferecido.

Os psicólogos conhecem as realidades dos povos indígenas?

Sim. A equipe do Núcleo de Acolhimento Bem-te-vi é composta por psicólogos indígenas e não indígenas, selecionados e formados para atuar de maneira culturalmente sensível e ética. Todos os profissionais são orientados por princípios do Bem Viver e comprometidos com uma prática clínica dialógica, capaz de reconhecer e respeitar as especificidades socioculturais dos diferentes territórios. As abordagens adotadas integram saberes locais, normas técnicas e diretrizes de direitos dos povos indígenas, assegurando que o acolhimento psicossocial contribua para fortalecer práticas de cuidado alinhadas às realidades de cada trabalhador e contexto.

Haverá indígenas na equipe de acolhimento?

Sim, a equipe será composta por psicólogos indígenas e não indígenas. Além disso, os psicólogos não indígenas serão treinados para escuta respeitosa às tradições e diversidades culturais.

O que é o Núcleo de Acolhimento Bem-te-vi?

O Núcleo de Acolhimento Bem-te-vi é formado por profissionais indígenas e não indígenas especializados em processos de acolhimento, com formação em psicologia e áreas afins. Tem como objetivo, acolher, de forma sensível e individualizada, as demandas dos trabalhadores. Esse Núcleo compõe um conjunto de ações do Programa AgSUS Acolhedora, que também contempla outras frentes, como atividades formativas voltadas à capacitação em escuta ativa, mediação de conflitos e liderança humanizada.

O Núcleo de Acolhimento Bem-te-vi realiza acolhimentos exclusivamente para os trabalhadores da Agência?

Sim. A oferta de acolhimento psicológico individualizado será disponibilizado somente para os trabalhadores vinculados à AgSUS.

Sou gestor municipal de saúde. Tenho acesso ao acolhimento do Núcleo?

Não. O Núcleo de Acolhimento Bem-te-vi realiza acolhimento apenas para os  trabalhadores da AgSUS. No entanto, gestores municipais e do DSEI contam com outras ações oferecidas pela Agência, como treinamentos em escuta ativa, mediação de conflitos e desenvolvimento de liderança.

O Programa se articula com a CIPAA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio), Ouvidoria e SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho)?

Sim. O Programa AgSUS Acolhedora atua de forma integrada com a CIPAA, Ouvidoria, SESMT, além de outras Coordenações e Unidades da Agência que atuam diretamente na promoção, prevenção e atenção à saúde dos seus trabalhadores, fortalecendo a articulação institucional e o cuidado com os trabalhadores e trabalhadoras da AgSUS.

E se a questão for assédio moral ou sexual?

A equipe poderá oferecer o acolhimento à pessoa em sofrimento pela situação vivenciada, oferecer orientações imediatas e, com o consentimento da pessoa, encaminhar o caso aos canais competentes da Agência para os devidos encaminhamentos.

Que ações coletivas o Programa oferece?

O Programa AgSUS Acolhedora promove ações coletivas com foco formativo e de qualificação, como rodas de conversa, encontros virtuais, oficinas e outras atividades educativas. Esses espaços abordarão temas emergentes relacionados à saúde mental e ao bem-viver, levando em conta os contextos e realidades dos territórios onde os trabalhadores atuam.

Este Programa oportuniza formação ou alguma qualificação sobre o tema de saúde mental?

O Programa AgSUS Acolhedora, prevê inúmeras ofertas de formação e qualificação sobre a temática de saúde mental. Os eixos 3 e 4 do Programa foram pensados estrategicamente para esta demanda. A previsão é que todos os trabalhadores da AgSUS tenham a oportunidade de acessar diferentes ofertas formativas e qualifiquem-se frente a esta temática tão pertinente no contexto contemporâneo. As ofertas serão disponibilizadas em diferentes formatos, para que todos tenham acesso às informações que serão disponibilizadas. 

E se eu estiver em área sem internet?

Fique tranquilo(a), a equipe do Núcleo de Acolhimento Bem-te-vi está preparada para lidar com situações como esta. Eles entrarão em contato por telefone para oferecer acolhimento, com todo o cuidado e sigilo necessários.

Da mesma forma, as ofertas que serão disponibilizadas pelos demais eixos do Programa, como as ações formativas, também foram estrategicamente pensadas para alcançar os trabalhadores que não tem fácil acesso à internet.

O Programa será avaliado?

Sim. A iniciativa contará com o acompanhamento contínuo do Comitê de Saúde Mental da AgSUS, responsável por monitorar indicadores como a satisfação dos trabalhadores com os acolhimentos, o número de acolhimentos realizados, o total de pessoas acolhidas, os encaminhamentos dados, a resolutividade das demandas apresentadas, além da quantidade e avaliação das qualificações e treinamentos oferecidos aos empregados da AgSUS. Esse monitoramento pretende fortalecer e aprimorar continuamente o Programa AgSUS Acolhedora, em seus 4 eixos. 

Além do Comitê de Saúde Mental da AgSUS, a Unidade de Planejamento e Gestão Estratégica- UPGE/PRES, que é a Unidade da AgSUS responsável pelo monitoramento das ações institucionais, tem acompanhado a construção e implementação do Programa desde o início e cumprem continuamente com o monitoramento deste Programa Institucional.